RECONHECENDO O ESPAÇO QUE DEDICAMOS AOS DEMAIS
Dando continuidade aos artigos sobre os espaços deixados em branco quando realizamos uma redação, chegou a vez de escrever sobre a distância entre uma letra e a seguinte. Esse espaço pode vir com a linha de união, isto é, quando a escrita se apresenta ligada, ou sem essa linha, quando a escrita se apresenta desligada.
Girolamo Moretti (Recanati ,1879 – Ancona,1963), criador da síntese de orientação chamada Tríplice Largura (largura da letra + largura entre letras + largura entre palavras) que atua no eixo horizontal do simbolismo espacial, viu na distância que deixamos entre uma letra e a seguinte, como o espaço que cedemos ao nos relacionarmos com algo que está fora de nós, o espaço psicológico que doamos aos outros. Interpretado de forma análoga, esse espaço corresponde à abertura do sentimento ao que é diferente de si mesmo e é essa abertura que, diferenciada em quantidade, aparece em seus vários aspectos interpretáveis como generosidade, justiça ou avareza.
Dentro do estudo da grafologia/grafoanálise temos o padrão dessas distâncias, as quais devem ser observadas de forma rigorosa, fazendo a aferição com a utilização de uma régua.
A largura entre as letras, signo fundamental e índice real da abertura de sentimento, refere-se ao fato de que a mente, para funcionar da melhor forma, precisa de um julgamento dirigido à justiça, pois não deve ser retida por um sentimento que é muito escasso (estreita entre as letras) ou expandida pelo gesto abundantemente generoso (excesso na largura entre letras).
O espaço equilibrado entre uma letra e a seguinte caracteriza o desejo do diálogo, do amor ao outro. É o indicador de bom senso e generosidade, intelectual e afetiva, da mente liberal e flexível daqueles que não são egoístas, mas dos que buscam reconciliar suas necessidades com as dos outros.
A largura entre as letras muito acima da média, inevitavelmente aumenta o espaço que é cedido ao outro, em compensação pode diminuir a constância do próprio sentimento, caracterizando uma emoção mais voltada ao outro que a si mesmo, a compaixão do coração.
Quando o espaço entre as letras é estreito, caracteriza tendência a verificar
tudo com o filtro do seu próprio eu e não acolher as ideias alheias; é a falta de empatia para compreender os demais.
Tudo precisa estar em equilíbrio para fluir, não apresentando excesso nem carência; o equilíbrio pode ser encontrado na “qualidade instintiva do coração, para ser reflexivo e verdadeiro, primeiramente, consigo mesmo”. (CARMEN SINZATO, 2007, Tese, p.14).
E a minha observação de sempre: na grafoanálise/grafologia as manifestações gráficas presentes não podem ser interpretadas de forma isolada, sendo necessário observar, medir, analisar, classificar e interpretar de forma exigente, minuciosa, rigorosa e estabelecer uma interação entre elas.
Texto escrito em 19 de junho de 2021 por Elisabeth Romar
Elisabeth Romar – Análises grafológicas para empresas – Seleção e Desenvolvimento Pessoal -, Orientação Vocacional/Profissional, Avaliação por Competências, Previsão de Risco.
Autora do livro “Las Inteligencias Múltiples y la Vocación en Grafología” (2011), Economista com especialização em Finanças Corporativas pela PUC- RJ, consultora grafológica para empresas (Brasil e exterior) na área de Seleção de Pessoal, Remanejamento de Cargos, Falsificação de Textos e Assinaturas, Desenvolvimento Pessoal, Avaliação por Competências, Previsão de Risco; Orientação Vocacional/Profissional por meio da escrita para jovens acima de 16 anos, adultos, pessoas que desejam mudar de profissão/carreira.
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