NEUROCIÊNCIAS, APRENDIZAGEM E GESTO GRÁFICO
“Diga-me e eu esquecerei; ensina-me e eu poderei lembrar; envolva-me e eu aprenderei.” – Benjamin Franklin
O século XXI, o que estamos vivendo, é marcado pelo desenvolvimento científico-tecnológico e por conflitos emocionais, por isso a preparação para educar e compreender as novas gerações exige que nos adaptemos à única coisa segura e constante: a “MUDANÇA”.
Nesse sentido, as neurociências e os gestos gráficos nos fornecem uma ferramenta inestimável, pois estudam cientificamente as relações, a funcionalidade e o desenvolvimento geral do sujeito em cada etapa evolutiva. É uma abordagem interdisciplinar e estudo do cérebro-corpo-emoções.
Precisamente porque a escrita está tão relacionada a todos esses aspectos, ela nos aproxima de uma visão holística do indivíduo. Permite-nos proporcionar aos alunos, pais e pessoal especializado a ajuda necessária para podermos abordar a solução de forma mais rápida e vivenciar ainda melhor as mudanças que ocorrem em todo o processo de ensino-aprendizagem em qualquer idade, já que aprendemos todos os dias em qualquer idade.
Em qualquer campo em que nos encontremos, ter o conhecimento que nos proporcionam as neurociências, as habilidades psicomotoras e o estudo dos gestos gráficos, permite-nos compreender as motivações que conseguem mobilizar o interesse do ser humano em qualquer idade e situação para alcançar uma realidade e interesse contínuo, para se adaptar às mudanças ou plasticidade neuronal ou seu sinônimo para o desenvolvimento da INTELIGÊNCIA EMOCIONAL.
Se atingirmos um estado emocional mais equilibrado, colocaremos em pleno uso as nossas capacidades executivas, daremos um sentido adequado a um acontecimento, de forma a ser possível encontrar soluções e planos de ação, sempre acompanhados de uma visão positiva.
Podemos deduzir a partir das primeiras expressões gráficas, rabiscos, figura com braços e pernas, etc. se sua localização, forma, arquétipo preferido, cor, estão dentro do esperado ou se há algum sinal a ser levado em consideração.
Nem tablets, nem smartphones; o segredo do treinamento está em uma página em branco.
Assim, por exemplo, para analisar um desenho infantil, devemos ter em mente que a página deve ficar na posição “paisagem”, e vamos dividi-la em quatro áreas:
Exemplos:
O que o gesto gráfico reforça na criança?
1- MOVIMENTO INTENCIONAL = PRAXIA INSTRUMENTAL DEIXA UMA MARCA PERMANENTE.
2- AJUSTE OCULO-MANUAL E VISO-DIGITAL SOBRE O MOVIMENTO.
3- RECONHECIMENTO DOS ESPAÇOS LIMITADOS.
4- RECONHECIMENTO E ACEITAÇÃO DO LIMITE.
5- AJUSTE TÔNICO DO TRAÇO, PRESSÃO DIGITAL LOCALIZADA.
6- AFIRMAÇÃO DA LATERALIDADE E DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE SIMBÓLICA.
Durante os primeiros anos escolares, habilidades básicas, atenção e motivação constroem pilares para o aprendizado subsequente. Deficiências significativas nessas funções são identificadas na necessidade de uma abordagem precoce.
Aprender é sempre um Processo de Construção importante e básico, pois intervém no pensamento criativo, na inteligência múltipla e principalmente na inteligência emocional.
As perturbações do processo ensino-aprendizagem implicam carência na aprendizagem e execução da leitura, da escrita (não da caligrafia, mas da expressão escrita) e do cálculo. Pessoas com dificuldades de aprendizagem também costumam ter um distúrbio de comunicação ou de habilidades motoras, ou até outros sintomas de disfunção cortical, problemas emocionais e motivacionais ou talvez distúrbios psiquiátricos associados. Os sintomas gráficos incluem: velocidade lenta ao escrever e baixo rendimento, ilegibilidade, rotação de letras, busca de palavras e erros sintáticos, borrões, retificações, erros de espaço e pontuação, e problemas de ortografia. Desordem da organização e do desenvolvimento do gesto gráfico tendo em conta a fase evolutiva.
A baixa produtividade, a recusa em concluir o trabalho ou enviar tarefas e o baixo desempenho, são déficits que podem ser o resultado de problemas subjacentes com função grafomotora (controle da mão e lápis), motricidade fina e funções visomotoras, atenção, memória, formação e organização do conceito (prioridades e fluência), bem como da função da linguagem expressiva.
Por isso, é tão importante que professores, auxiliares e adultos em geral no ambiente infantil saibam compreender por meio de sua produção gráfica se existe algum distúrbio para encaminhar a criança a um profissional competente e resolver a situação no menor tempo possível.
TRADUÇÃO DO ARTIGO ADRIANA ORTIZ – NEUROCIÊNCIAS, APRENDIZAGEM E GESTO GRÁFICO
Texto: Adriana Ortiz: Psicopedagoga, Neuropsicoeducadora, Docente e Grafólogo Público (Grafoanalista oficial na Argentina)
Autora do livro: “Psico-grafo-motricidad”.
Contatos: adrianaortib@hotmail.com e adrianarortizb@gmail.com
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