Nos últimos anos venho observando de forma crescente a insatisfação de profissionais com o comportamento dos chefes, gerentes e gestores. Por qual motivo, em alguns casos, pessoas que ocupam os postos mais elevados dentro da empresa apresentam baixo nível de Inteligência Emocional?
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Sabemos que a Inteligência Emocional (IE) é importante em qualquer grau de hierarquia dentro de uma organização, mas nos cargos de chefia ela é de suma importância. O déficit sempre é preocupante quando abrange o chefe porque seu comportamento pode contagiar toda a equipe.
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O que antes era um enigma, hoje a neurociência explica, mostra a importância de trabalharmos a IE e como nosso comportamento pode contagiar as pessoas. O cérebro social inclui um grande número de circuitos, todos projetados para nos harmonizarmos e interagirmos com o cérebro de outra pessoa. O cérebro social é uma descoberta relativamente recente em neurociência. E a descoberta essencial fala dos
neurônios-espelhos, que atuam mais ou menos como um wi-fi neural para se conectarem com outro cérebro. Goleman se baseia em diversas pesquisas sobre isso. E foi a partir dessas pesquisas que os neurocientistas descobriram que o cérebro humano e seus neurônios-espelhos ativam em nós exatamente o que estamos vendo na outra pessoa: suas emoções, seus movimentos e até suas intenções.
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Imagina o que passa para equipe ou seus subordinados uma pessoa estressada, com dificuldades para aceitar opinião, mal-humorada, que exerce poder pelo medo, que não saber sorrir? Isso contagia a todos que estão no seu entorno. Se observarmos bem, existe relação com a tão conhecida lei de ação e reação, isto é, o Princípio de Causa e Efeito.
Pela Psicologia da Escrita podemos identificar em um texto manuscrito o potencial da Inteligência Emocional no indivíduo. Na parte final do artigo você encontrará o conjunto de signos gráficos correspondentes.
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De acordo com Goleman o êxito de uma pessoa não está determinado unicamente pelo seu coeficiente intelectual, destreza técnica ou por estudos acadêmicos, faz parte também o conhecimento emocional. A inteligência emocional é uma variável da personalidade que descreve a capacidade de perceber, identificar e gerenciar de forma adequada a informação emocional própria e alheia. É uma habilidade importante para o mercado laboral que se encontra cada vez mais competitivo porque repercute de forma positiva sobre as pessoas que a possuem, permitindo entender e controlar seus impulsos, facilitando as relações comunicativas com os demais.
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Goleman deixa bem claro que inteligência emocional não significa ser apenas “bonzinho”, porque há momentos estratégicos em que a bondade não é exatamente o essencial, pelo contrário, a pessoa tem que enfrentar abertamente uma realidade desconfortável que não pode ser evitada por mais tempo. Esclarece também que a inteligência emocional não significa que devemos dar livre curso aos nossos sentimentos e “expor todas as nossas intimidades”, mas refere-se à capacidade de expressar nossos sentimentos da forma mais adequada e eficaz, permitindo a colaboração na realização de um objetivo comum.
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É importante lembrar que maturidade e consciência são palavras que tradicionalmente se referem ao desenvolvimento da inteligência emocional. Estudos que têm traçado o processo evolutivo da inteligência emocional ao longo dos anos parecem indicar que as pessoas desenvolvem progressivamente melhor este tipo competência na medida em que elas se tornam mais capazes de gerir as suas próprias emoções e impulsos, para motivar-se e aperfeiçoar sua empatia e habilidades sociais.
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Concluímos então, que o grau de desenvolvimento da I.E. não está determinado geneticamente, ele é constituído por um processo de aprendizado lento que prossegue durante toda a vida e permite a pessoa ir aprendendo com as próprias experiências.
Mas e a pergunta inicial: Por qual motivo, em alguns casos, pessoas que ocupam os postos mais elevados dentro da empresa apresentam baixo nível de IE ? Seria o fato de que chefes mais frios emocionalmente gerenciam seus subordinados pela pressão e medo para obter melhores resultados? São rebeldes e mais criativos não se preocupando em evitar confrontos para mudar as situações e buscar inovações? Não têm dificuldades para passar “feedback” negativo?
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Existe a máxima que diz que tudo aquilo que não muda, tende a deteriorar. “Nada está parado; tudo se move; tudo vibra” (O Caibalion). E a ciência comprova que o que fica estagnado, morre. Portanto, desapegar de um modelo ultrapassado de seleção para cargos hierárquicos mais elevados, mudando para visão mais ampla, atual e humanizada, onde as regras não estejam engessadas ao século passado, pode ser um bom caminho. Todos ganhariam porque o ambiente harmonioso dentro de uma empresa contribui para o aumento da produtividade.
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Harvey Deutschendorf, especialista em inteligência emocional e autor do livro “The Other Kind Of Smart” (Amacon, 2009) alerta aos recrutadores que avaliar qualidades como autoconsciência, autocontrole e empatia em candidatos a vagas de emprego está cada dia mais difícil porque “Qualquer pessoa esperta já aprendeu a parecer inteligente do ponto de vista emocional numa entrevista,mesmo que não o seja realmente”.
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Mas a escrita é o reflexo da personalidade! Em meu livro “Las Inteligencias Múltiples y la Vocación en Grafología” (Ed. Pedagógica- 2011) dedico um capítulo ao tema Inteligência Emocional onde especifico e relaciono com a grafopsicologia de forma mais ampla como identificar na escrita as cinco competências da Inteligência Emocional classificadas por Goleman.
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Competências Pessoais:
  • Autoconhecimento: conhecimento das próprias emoções.
  • Autocontrole: capacidade de controlar as emoções.
  • Motivação: capacidade de motivar a si mesmo…
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Competências Sociais:
  • Empatia: capacidade de reconhecer as emoções dos demais facilitando as relações sociais.
  • Habilidades sociais: gestão das relações. Muito importante para determinar a capacidade de liderança e popularidade..
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Pela Psicologia da Escrita (Grafopsciologia) a análise é realizada pelo sistema psíquico, isto é, através das funções do Eu: organização sensomotora, sentido do Eu, habilidades cognitivas, emocionais, afetivas, relacionais, modalidades operativas, e cada uma delas tem suas subfunções. Outro ponto importante a ser lembrado é que os signos gráficos não podem ser analisados de forma isolada. É necessário fazer a interação entre eles para poder traçar o perfil.
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Alguns signos
gráficos (sempre em conjunto com o todo) da inteligência emocional:
ligada, pequena, simples, curva, tônica- robusta, ovais variavelmente abertas, ovais variavelmente angulosas, 3 larguras, brincos, oscilante, fluida, harmônica – estética, perfis suaves, palotes côncavos, antimodelo, elástica, enraizada, divergente, larga ou coerente entre linhas, ligeira variação na barra das letras “tt” de forma harmônica, decrescente e assinatura simples.
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Antonello Pizzi (Psicologia dela Scrittura – Ed. Armando Itália -2009) chama atenção para a escrita AUTOMODERADA na Inteligência Emocional. Automoderada é aquela que segue as leis da Psicologia da Escrita XII, XII, XX, XXI, XXII, XXVI, XXVII, e XVIII.
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– Motriz: autodisciplina (Vontade). Para ser chamada Automoderada a escrita deverá ser: Robusta- Tônica+ Fluída + Clara nas letras a, g, p, r, s, z +
presença de barras em todas as letras “t” harmônica e ligeiramente variável + pontos em todos os “i” + Estética- Harmônica + larga entre palavras + ligada + enraizada. Tipo de escrita que se encontra presente em pessoas com projeção da autodisciplina interior, da capacidade natural e espontânea de exercitar sobre si mesmo o autocontrole; a capacidade de dominar, selecionar, coordenar ou inibir os próprios afetos, desejos ou pulsões com a finalidade de que a própria conduta não prejudique o processo de desenvolvimento para obtenção de uma ou mais metas consideradas altamente desejáveis para ela; equilíbrio, estilo defensivo adequado às situações, capacidade de conseguir realizar aspirações sem dificuldades.
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 Bibliografia:    
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Goleman, Daniel –
La Práctica de la Inteligencia Emocional – Barcelona – Ed. Kairós –
Barcelona- 1998.
Pizzi, Antonello –
Psicologia dela scrittura – Itália – Ed. Armando Editore – 2009
Romar, Elisabeth –
Las Inteligencias Múltiples y la vocación em Grafologia – Ed. Pedagógica –
2011.
Três Iniciados –
Caibalion ( Kybalion) – Princípios Herméticos.
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Elisabeth Romar – Cursos (on line, presencial e in company) e consultoria.
e-mail: elisabethromar22@yahoo.com.br
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Grafóloga, Pesquisadora, Consultora, Graforientadora Vocacional/Profissional, Palestrante e Professora em Empresas, Universidades e Congressos Nacionais e Internacionais na área de Grafologia para Recursos Humanos, Orientação Vocacional/Profissional, Criminal e de Riscos. Única profissional no Brasil habilitada e autorizada pela AIPS- Itália a ensinar Psicologia da Escrita® e ministrar cursos com o sistema desenvolvido por Marco Marchesan. Diretora da Academia Internacional de Estudos Grafológicos, Presidente no Brasil da AIPS – Associazione Internazionale di Psicologia della Scrittura, Presidente do Colégio Brasileiro de Professores de Grafologia (2012-2014), Diretora Didática da Associação Brasileira da Ciência da Escrita (2012-2014), Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Grafologia (SOBRAG) e do Círculo de Estudos Grafológicos, Perito Grafotécnico, Economista com MBA pela PUC – IAG – RJ em Marketing e Finanças Corporativas. Autora do livro “Las
Inteligencias Múltiples y la Vocación en Grafología”.