Grafologia Criminal
Abaixo temos a escrita de um homem de 35 anos que estruturou e participou do assalto a um carro de transporte de valores.
Na escrita dessa pessoa encontramos características obsessivas – compulsivas, de premeditação de suas ações, comunicação não confiável, tendências ao estelionato, roubo e furto.
Entre alguns aspectos comportamentais do criminoso premeditado, temos:
- Planejamento detalhado: tendência a elaborar planos minuciosos antes de cometer um crime.
- Disfarce: envolve o uso de disfarces, máscaras ou outras medidas para ocultar sua identidade.
- Conhecimento do alvo: abrange pesquisas e obtenção de informações sobre suas vítimas ou alvos, como seus hábitos, rotinas, posses de valor ou vulnerabilidades.
- Uso de armas: pode portar armas de fogo, facas ou outros objetos perigosos para intimidar suas vítimas ou forçá-las a cooperar.
- Controle emocional: o premeditado tende a ser mais calculista e controlado emocionalmente, sendo capaz de manter a frieza em suas ações durante a execução do crime.
- Recorrência: pode cometer crimes repetidamente, usando a mesma estratégia ou método em várias ocasiões.
Quais aspectos gráficos podemos observar?
Podemos observar a adoção de um modelo caligráfico muito desenhado e rígido, com a zona inferior torcida, realizada em traços cruzados formando ângulos (alguns mais fechados, outros mais abertos); escrita esmerada em excesso, com retenção da fluidez, revelando preferências estranhas, deformação de ideias e conceitos, bloqueios na parte instintual, desenvolvimento psíquico alterado, possível perda do contato com a realidade.
A forma pouco evoluída e artificial, a pressão constante, a monotonia do gesto grafoescritural , as ovais fechadas com exatidão, a presença dos gestos em arcadas que se desenvolvem em uma linha conduzida com rigidez no aspecto da direção (provavelmente devido a existência de uma folha pautada sob a folha em que escreve), deixa claro a projeção de uma ansiedade crônica de alta intensidade para se defender dos demais, com características de proteção, simbolizando refúgios destinados a esconder as ideias e as ações frente ao próximo.
Agregando aos aspectos citados acima, o pouco espaço entre letras, o pouquíssimo espaço entre palavras, traços finais prolongados (alguns mais, outros menos), percebemos que a pessoa não consegue raciocinar claramente e nem formar juízos realistas; tem necessidade de colocar uma barreira entre si e os demais para não sofrer intromissões e influências externas; além disso, atua com ruminação mental, com pensamento (sombrio, nesse caso) contínuo sobre uma mesma ideia ou imagem, chegando a neurose obsessiva.
Temos ainda, em todo o conjunto dos aspectos gráficos, a manifestação da falta de honestidade e confiabilidade, já que mente de forma compulsiva para não ser prejudicado, a fim de conseguir alcançar seus objetivos. Sua falta de confiabilidade é evidente, não se pode acreditar em suas palavras, pois está repleta de inverdades, com intenções de ações premeditadas e conscientes, mostrando um padrão constante de comportamento.
A escrita também é interessante pelo mecanismo de defesa que pode ser identificado. A formação reativa (tentativa de o sujeito negar ou suprimir alguns impulsos ou de se defender de um perigo pulsional, resultando em comportamentos, atitudes e sentimentos opostos ao impulso original) principal mecanismo da obsessão, leva à oposição permanente a si mesmo e requer um gasto de energia psíquica que enrijece o comportamento e limita a plasticidade e a mobilidade; esse aspecto revela também a capacidade de manter a frieza em suas ações durante a execução dos atos criminosos.
Esse indivíduo, ao ser detido e julgado, insistiu em negar os fatos, declarando a sua inocência.
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Bibliografia:
Marchesan, Marco – Psicologia della scrittura. Segni e tendenze. Edição 6; Editora-Società Medico Psicologica, 1993.
Romar, Elisabeth – Material apresentado no Congresso de Grafologia no Chile (2016), Minas Gerais e Rio de Janeiro (2017), Colômbia (2019).
Witkowski, Florence – Psychopathologie et Écriture – Ed. Masson, Paris, 1989.
Texto escrito em 11 de setembro de 2023 por Elisabeth Romar – Economista, assessora em RH e consultora grafológica, com MBA pela PUC- RJ em Finanças Corporativas, atua com análises grafológicas para empresas (Brasil e exterior) na área de Seleção de Pessoal, Remanejamento de Cargos, Falsificação de Textos e Assinaturas (perícia grafotécnica), Desenvolvimento Pessoal, Avaliação por Competências, Previsão de Risco; Orientação Vocacional/Profissional para jovens acima de 16 anos, adultos e pessoas que desejam mudar de profissão/carreira. Autora do livro “Las Inteligencias Múltiples y la Vocación en Grafología” (2011).
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