GRAFOANÁLISE E OS ESPAÇOS EM BRANCO NA REDAÇÃO
Você sabia que os espaços em branco deixados em uma escrita também são analisados ao se traçar o perfil do autor? Eles sempre devem ser analisados, seja para perfil profissional, autoconhecimento, orientação profissional/vocacional, entre outros.
Ao escrevermos deixamos espaços em branco na folha de papel: margens (direita, esquerda, superior, inferior), espaço entre palavras, linhas e letras e até o espaço em branco no interior da letra. Quando esses espaços em branco são observados em conjunto com outros aspectos da escrita nos revelam aspectos interessantes de algumas soft skills atualmente mais demandadas nas empresas e você vai ficar surpreso com o que podemos identificar.
Hoje, escolhi falar sobre o “ESPAÇO ENTRE PALAVRAS” e nos próximos artigos escreverei um pouco mais sobre cada um deles.
O “espaço entre palavras”, isto é, o branco deixado entre uma palavra e a seguinte, simbolicamente representa: o tempo e silêncio que dedicamos para respirar, refletir e raciocinar; a consideração das circunstâncias em que os fatos ocorrem e as possíveis consequências das decisões que devemos tomar, favorecendo a busca pela ação correta.
Quando esse espaço é pequeno, apertado entre palavras (normal em adolescentes), mostra tendência à dificuldade na avaliação de risco, tensão na capacidade de compreensão, pessoas que querem respostas imediatas, pouca visão do conjunto porque atua a nível tático, precipitação, energia emocional liberada de forma impulsiva, dificuldade para discriminar os estímulos internos, entre outros. Mas não esqueça o escrito acima: devem ser observados em conjunto com outros aspectos da escrita. De acordo com a grafóloga e amiga Luísa Medeiros “não devemos focar só no espaço em branco porque não teremos a visão sistêmica, integral , gestáltica” .
Dizemos que as características estão em equilíbrio quando encontramos como medida, a distância de três ovais entre uma palavra e a seguinte em todo desenrolar do texto. Quando falo em ovais, me refiro às letras “a, o” e a parte da construção redonda/oval que ocupa a zona média escritural das letras “d, g e q”.
Devemos lembrar que nosso cérebro necessita de um tempo para transmitir o impulso e é aqui nesse espaço que a pessoa irá mostrar como expressa sua capacidade crítica, de conscientização, de reflexão com bom senso com a finalidade de penetrar na essência das questões; como organiza os dados que coleta por meio da percepção e do modo de ação; a visão panorâmica mental das circunstancias e da consequência do próprio modo de agir, das suas reações emocionais, a forma como se defende e sua capacidade de argumentação.
Vários estudos e pesquisas recentes identificaram o pensamento crítico como o requisito número um para uma liderança de sucesso no século XXI. O pensamento crítico parece ser exatamente o que é necessário aos líderes atuais diante da volatilidade do “novo normal”, do ambiente de negócios altamente competitivo e em constante mudança, fazendo com que precisem tomar decisões sobre a direção estratégica da organização, o posicionamento competitivo e a alocação adequada de recursos.
E qual a importância das habilidades do pensamento crítico?
De acordo com Robert Ennis, o pensamento crítico é “uma forma de pensamento racional, reflexivo, focado naquilo em que se deve acreditar ou fazer” (Ennis, 1985, p.46)
O pensamento crítico é a capacidade de pensar com clareza e racionalidade para auxiliar no entendimento das variáveis que compõem um problema e tomar decisões de extrema importância com autoconfiança; inclui a capacidade de se envolver em pensamentos reflexivos e independentes. Um líder com habilidades de pensamento crítico pode compreender as conexões lógicas entre as ideias, identificar a relevância e a importância dos argumentos, garantir o alinhamento com as metas organizacionais e a responsabilidade pelos resultados, identificar inconsistências ou erros de raciocínio e tomar decisões adequadas.
Com o avanço da tecnologia muitos estão perdendo o pensamento crítico (e, consequentemente o espaçamento entre palavras); pessoas que estão se tornando imediatistas, querem tudo aqui e agora, tal como a pesquisa no google que responde prontamente em um clique, mas não se dão conta que não basta absorver informação: é preciso analisá-la e filtrá-la.
Abaixo deixo mais algumas características do espaçamento equilibrado entre palavras em um ambiente gráfico harmonioso.
Intelecto: pensamento consciente, realista e lúcido; previsão e cálculo das consequências, capacidade crítica e autocrítica baseada na quantidade de dados extraídos de um amplo campo da consciência.
Responsabilidade: previsão das responsabilidades derivadas dos próprios atos.
Autocontrole: impulsos ponderados, equilíbrio entre ação e reação, entre razão e sentimento.
Adaptação: instalação adequada e realista do entorno.
Atitude vital: capacidade de ação e conquista, adequado consumo de tempo de energia, segurança nos contatos e iniciativa.
Escrita pequena + espaçada entre palavras = inclinação para estudar geografia humana e capacidade para a crítica literária ou histórica.
Volto a lembrar
Ao traçar um perfil grafoanalítico, o profissional deve ter extrema precaução em não avaliar os signos isoladamente, sendo necessário confirmar as interpretações com outros elementos. Primeiramente precisa observar o conjunto para ter uma impressão geral do mesmo. As margens devem sempre ser avaliadas: margem inicial, esquerda, direita, final (na presença de folhas subsequentes) + posição e todos os aspectos gráficos que envolvem a assinatura.
Texto: Elisabeth Romar em 6 de junho de 2021.
Elisabeth Romar é consultora grafológica para empresas (Brasil e exterior) na área de Seleção de Pessoal, Remanejamento de Cargos, Desenvolvimento Pessoal, Avaliação por Competências, Previsão de Risco, Perícia grafotécnica; Orientação Vocacional/Profissional para jovens acima de 16 anos, adultos, pessoas que desejam mudar de profissão/carreira. Autora do livro “Las Inteligencias Múltiples y la Vocación en Grafología” (2011), Graduada em Economia com MBA pela PUC RJ – IAG em Finanças Corporativas e Marketing.
Bibliografia:
ENNIS, Robert. (1985) A logical basis for measuring critical thinking skills. Educational Leadership.
ROMAR, Elisabeth. (2011) Las Inteligencias Múltiples y la Vocación en Grafología – Ed. Pedagógica – 2011
https://www.iidmglobal.com/expert_talk/expert-talk-categories/leadership/
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1 Comentário.
Fantástico, queria exemplos, se for possível