Veja abaixo a interessante e perfeita análise realizada por minha amiga Sandra Cerro, grafóloga da Espanha, a quem admiro muito!
Texto: Sandra Cerro . Tradução: Elisabeth Romar
As notícias da semana nos levam a nos concentrarmos no príncipe Harry da Inglaterra e na atriz norte-americana Meghan Markle, por ocasião de seu recente casamento. Eu realmente queria analisar a escrita da atriz, porém me deparei com um inconveniente que, por outro lado, é uma oportunidade perfeita para esclarecer algo importante sobre as limitações que, às vezes, o grafólogo pode encontrar ao analisar um manuscrito. Qual é esse inconveniente? Bem, Meghan trabalhou como calígrafa (pessoa que pratica ou ensina a arte de escrever à mão com elegância) por alguns anos e isso faz com que sua escrita seja condicionada por uma grande alteração profissional.
Em uma entrevista concedida a uma revista bem conhecida, ela fez as seguintes declarações:
“Eu frequentei uma escola de meninas católicas por seis anos e naquela época as crianças tinham aula de caligrafia. Eu sempre tive uma predisposição para fazer a letra cursiva muito bem. E isso acabou se tornando um trabalho pseudo-oficial em um hotel quando eu estava na entrevista de emprego. Passei então a cuidar da caligrafia dos convites para casamento. Também trabalhei escrevendo as cartas que a Dolce & Gabbana enviava para as celebridades durante as férias. Estou feliz que em um mundo onde ninguém parece apreciar a caligrafia, tentei mantê-la viva .”
Se examinarmos a escrita de Meghan podemos observar que a forma é mais atuante que a o movimento e de total ausência de elasticidade e espontaneidade. As letras são mais desenhadas do que escritas. Não se trata tanto de escrever, mas de dar características artísticas às letras. São muito bonitas. Não há dúvidas sobre isso. Mas são rígidas, isentas de vida, de fluidez e elasticidade. Elas estão cobertas de artifício com intenções criativas, mas de forma forçada e fria, afinal. Se um grafólogo ousar interpretar traços de personalidade Meghan com base nesses traços gráficos, vai encontrar muitos aspectos negativos: atitude defensiva, falta de ética, temperamento rígido, arrogância e orgulho, características de manipulação e tendências materialistas, entre outros. Por isso, existe a necessidade de saber diferenciar quando se trata de uma escrita natural e espontânea de quem escreveu e quando se trata de caligrafia artística, que está forçando e por sua vez encobrindo o temperamento e modo autêntico da forma de ser.
Estas letras artísticas levantam uma muro para que não possamos descobrir a verdadeira forma de ser da duquesa de Sussex. Apenas, e tomando-a com uma pinçada, pode-se dizer que ela tem um gosto estético primoroso e que é meticulosa, precisa e perfeccionista. Algumas características também mostram autoestima elevada, orgulho de si mesma e evidente sedução. Mas, como dizemos, a muralha que esta construída diante da escrita artística, não nos permite ver muito mais. A informação que a grafia poderia nos dar sobre seu caráter é velada por uma tela que esconde o verdadeiro self.
Enfim, se não podemos ver sua escrita original e natural, não podemos fazer uma análise grafológica. E isso é muito importante ter em mente porque poderíamos incorrer em sérios erros de interpretação. Existem alguns autógrafos por aí, onde há maior elasticidade, mas é claro, eles são apenas assinaturas, e já sabemos que uma assinatura por si só não pode nos dar informações suficientes sobre o caráter em si se não estiver acompanhada de um texto com frases suficientes.
No caso de Meghan Markle, é uma pena não conseguir chegar ao fundo da personalidade autêntica da protagonista deste conto de fadas do século XXI. No entanto, não vamos perder a esperança. Com sorte, em pouco tempo, aparece algum autógrafo ou alguns de seus escritos feitos com sua escrita natural, e que possamos analisar.
Veja mais no vídeo de Sandra Cerro https://www.youtube.com/watch?v=PoazV7vjlSY
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