ANÁLISE GRAFOLÓGICA:

Antonello Pizzi e Elisabeth Romar  
Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho – conhecido como Oscar Niemeyer (Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1907 – Rio de Janeiro, 5 de
dezembro de 2012), arquiteto brasileiro dos mais importantes internacionalmente no século XX, colaborador  por longo tempo do  Le Corbusier, um dos principais exploradores
das possibilidades  de expressão com o  cimento armado.
Oscar  deixa-se
absorver por aquilo que faz, crê em si, nutre sentimentos de auto eficácia e
tem uma boa aceitação de si (Fluida: F).
A fluidez é dada
aqui pela dinâmica horizontal que se  encontra nas tendências das três larguras (3 L) que se misturam com a melodia cinética de uma escrita tendencialmente
Ligada, Brincos, Divergente, Contorcionada: F = 3L + LBDC, signos que se desenvolvem na linha central, no plano horizontal, o plano da racionalidade.
Os signos
Ligada, Brincos (Saltitante), Divergente, Contorcionada (ou uma presença
significativa deles) facilitam a organização e a integração da percepção, estão relacionados às áreas de associação do cérebro, envolvem mais de um sistema sensorial, coordenam a aprendizagem, a memória e o pensamento, portanto, os processos cognitivos são produzidos ao mesmo tempo,  favorecendo a uma abordagem holística, tendendo a captar conjuntos complexos.
Na sua escrita a dialética dos signos  LBDC é
muito interativa, chegando ao ponto de não ser só fluida,
mas também antimodelo, variável nos
grafemas, rica em ligações combinadas, três signos  cardinais da criatividade.
Vê os problemas de vários ângulos
(variável), pensa em novas soluções (ricamente combinada), capta o novo com presteza (ovais estreitas), o estuda, se aprofunda (ovais largas), o compara com as posições dos outros (larga entre letras), o avalia inserindo uma visão prospectiva, com uma ampla pausa (Larga entre palavras).
Ele domina o modelo caligráfico, reinventa elementos de composição, recompondo-o com novas formas. A escrita antimodelo positiva, não excessiva, é signo de superação das convenções, do anticonformismo, de ecletismo criativo quando, ao romper com o modelo original, mantém a aparência (estética) e legibilidade, e assim é sua escrita.
Niemeyer era intolerante às normas e restrições e sua necessidade de superar as limitações do convencional é amplamente vista na arquitetura dos edifícios mais importantes de Brasília, com formas curvas e sensuais que excedem as limitações da frieza dos blocos dos prédios funcionais.
 A curva é sua marca inconfundível, e é interessante notar que na escrita que está sendo analisada, a palavra “curva” no seu inconsciente reserva o espaço central e a “a” final é aberta à direita (é
a única), em direção ao outro (direita), buscando estímulos e solicitações sensoriais por todos os lados, na sede da vida.
Tem um forte sentido de proporção (relação proporcional entre os elementos de composição, disposição espacial respeitável, quase matemática), de linearidade (linha reta , escrita parca e simplificada, sem traços adicionais) e necessita de amplo espaço ambiental (espaçada entre linhas, margens amplas).
O arquiteto brasileiro não limitou a expressão de sua personalidade ao ambiente de trabalho, mas também na política. Vale lembrar de seu exílio na França na época da ditadura militar no Brasil. Também nesta ocasião, manteve  o seu comportamento pró-social (escrita moderadamente inclinada para a direita) e alta coerência (coerência entre texto e assinatura) aos seus valores ideais (mais alongada para cima que para baixo), lealdade (ligada) a seu rigoroso senso moral (linha reta) e ético (larga entre linhas ), com orgulho  (hastes retas) e tenacidade ideológica (ovais angulosas no alto).
Sua lembrança jamais será apagada de nossas mentes.  Encontraremos suas obras em alguns dos nossos horizontes, no Brasil, mas também na Itália, na leveza e clareza das linhas do Palácio Mondadori (Milão), recordando também a sua clareza morale seu comprometimento civil.
Obrigado Oscar.