A principal razão que leva
profissionais a deixarem uma empresa é um gestor que as tira do sério — não
entre para esse grupo


Um dos principais fatores que determina a felicidade no
trabalho
 é
o relacionamento com os chefes. Todo mundo quer ter uma relação amigável e de
confiança com os superiores. É verdade que nem sempre quem procura uma vaga
está em posição de ser muito seletivo. Mas, se você puder escolher, não há
motivo para não levar isso em consideração ao buscar um novo emprego. Existem
sinais no processo seletivo que podem te ajudar a saber se aquele
é um mau gestor e
se você está se metendo em uma furada.
“A
principal razão que leva os profissionais a saírem de um emprego é a
incompatibilidade com a cultura [da empresa] ou um chefe que as tira do
sério”, disse John Lees, autor do livro “How To Get a Job You
Love” (Como conseguir um emprego que você ama, sem edição no Brasil) à Harvard Business Review.
Não dá para saber exatamente como é aquele gestor sem de fato trabalhar com
ele, mas você deve reunir o máximo de informações possível.
Isso não significa prestar atenção
apenas nas impressões negativas. “Deixar de perceber um chefe fantástico é
um erro caro a se pagar, talvez até mais caro do que deixar de perceber que
alguém é um chefe ruim”, diz Claudio Fernández-Aráoz, conselheiro sênior
da empresa de pesquisa global Egon Zehnder e autor de “It’s Not the How or
the What but the Who” (Não é o como ou o quê, mas o quem, sem edição no
Brasil).
Primeiro passo? Saber o que você
está procurando. Faça uma reflexão sobre o que você espera e quer de um chefe.
Segundo Fernández-Aráoz, é preciso se fazer algumas perguntas. É uma pessoa
honesta, oferecendo um emprego com remuneração justa para o qual você poderia
contribuir? Vale passar algum tempo imaginando também o tipo de relacionamento que
quer. Você está procurando alguém que ficará de olho, mas deixará você tocar
seu trabalho? Ou prefere uma espécie de mentor, mais envolvido?
Um ponto
importante: confie em seus instintos. Pensar em simplesmente conseguir o
emprego pode afetar seu julgamento. Pergunte a si mesmo se aquele é o trabalho
que você quer e o gestor com quem quer trabalhar. Qual foi seu feeling sobre a
pessoa? 
Acha que é alguém com quem você
consegue se imaginar tendo problemas? Ou com quem seria difícil conversar?
Quando as apostas são altas, é melhor confiar em si mesmo. De cara, se for o
gestor que fizer as entrevistas, não o RH, repare em como ele trata os
candidatos — a começar pela quantidade de informações e esclarecimentos que dá
sobre a vaga.
Faça as
perguntas que você precisa fazer a respeito da função (mas sempre com respeito
e pensando em como dizer as palavras). “As pessoas dizem que uma
entrevista é um processo de duas vias”, diz Lees. “Na prática, isso
não funciona muito bem.” O entrevistador pode interpretar mal várias
perguntas sobre a gestão dele. “O que você não deve fazer são perguntas
diretas, como ‘conte-me sobre o seu estilo de liderança?'”, diz
Fernández-Aráoz. Segundo ele, é improvável que obtenha uma resposta honesta e
não passa uma boa impressão.
É essencial que você faça sua
lição de casa. Não vá para um novo trabalho de olhos fechados. Você pode
descobrir que a cultura empresarial é completamente diferente do que pensava.
Baixa retenção e altas taxas de rotatividade são um indicador claro de problemas,
diz Lees. Pesquise também o gestor. “Perfis do LinkedIn podem dizer muito
sobre os interesses e relacionamentos de uma pessoa”,afirma
Fernández-Aráoz. Se conseguir bater um papo com gente que já trabalha ou
trabahlou por lá, melhor ainda.
Mantenha esses cinco pontos em mente:
– Preste atenção em como o gestor trata os
candidatos durante a entrevista.
– Não ignore seus instintos, as primeiras impressões que você tem sobre ele.
– Evite perguntas diretas sobre o estilo de liderança.
– Pesquise sobre o gestor e a cultura da
empresa.
– Se possível, converse com funcionários ou ex-funcionários.